Certa noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme pedra na estrada, impedindo a passagem. Em seguida, escondeu-se e ficou observando tudo de longe. Primeiro apareceu um fazendeiro com uma carroça carregada de sementes. Todavia, ele se desviou da pedra e saiu praguejando:
“Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra da estrada”.
Logo depois, surgiu um jovem soldado que tropeçou na pedra. Irritou-se, praguejou, reclamou, mas nada fez para desobstruir o caminho. E assim, todos os outros que passavam por lá resmungavam, reclamavam, mas não faziam absolutamente nada para retirar aquela pedra da estrada.
No fim de tarde, apareceu a filha do moleiro que, embora muito cansada, resolveu tentar remover sozinha a grande pedra. Empurrou, empurrou, puxou para cá, puxou para lá e depois de tanto insistir conseguiu livrar o caminho, colocando a pedra na lateral da estrada. Contudo, para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma coisa. Na sua tampa havia os seguintes dizeres: “Esta caixa pertence a quem retirar a pedra do caminho”.
Curiosa, abriu a caixa e descobriu que estava cheia de ouro. Ficou muito feliz e retornou para sua casa. Quando o fazendeiro e o soldado souberam do ocorrido, correram para o local e revolveram o pó da estrada com os pés, na esperança de encontrar ainda algum pedaço de ouro. Mas, nada acharam. Nesse instante, o sábio caminhou até eles e disse:
– Meus amigos... Com freqüência encontramos obstáculos e fardos no nosso caminho. Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos desviamos deles se assim preferirmos, ou podemos erguê-los e descobrir o que eles significam. A DECEPÇÃO É NORMALMENTE O PREÇO DA PREGUIÇA.